Demorei muito para escrever sobre este tema. Nada como a frieza e o tempo para reflexão. Começo com a seguinte indagação. Errar é humano?
No decorrer de nossas vidas todos somos obrigados a conviver e a aprender com o seu real significado. Aquele que nunca errou que atire a primeira pedra, já diziam meus pais. Levanto este assunto para comentar o evento ocorrido no morro do Andaraí na semana passada que veio a vitimar um trabalhador e pai de família.
Policiais do BOPE, “tropa de elite” da PM carioca, faziam uma incursão naquela comunidade quando se deparam com um homem no terraço de uma casa segurando uma máquina de furar elétrica. Confundindo-a com uma metralhadora o Policial Militar Leonardo efetuou um disparo que vitimou o fiscal de supermercados Hélio Ribeiro.
Começo aqui duas análises: uma passional e outra racional senão vejamos. Análise racional: Sou um policial militar com mais de 10 anos de corporação e ficha limpa, adentrando numa comunidade dominada por traficantes que se encontram fortalecidos pelo ingresso de outros marginais oriundos das comunidades pacificadas da zona norte. Estou numa região em que já derrubaram um helicoptero e em 2007 dois policiais militares foram fuzilados dentro de suas viaturas. Tenho contra mim ainda, uma cruel estatística, a de que no Rio de Janeiro, morrem por ano aproximadamente 300 policiais, sejam eles militares ou civis. Vejo um homem com uma furadeira que parece demais com uma submetralhadora, e estou há 40 metros de distância tendo que decidir se atiro ou não. Se não atirar corro um sério risco de ser morto, caso se trate de uma arma de fogo. Devemos condenar por homicídio doloso, um Policial Militar, que agiu em erro, mas plenamente justificável. Você leitor, atiraria tentando resguardar a sua própria vida e a dos colegas de operação, ou esperaria e assumiria o risco? Faria diferente?
Análise Passional: É justo não condenar um servidor público que no exercício de suas funções comete um homicídio? Deixando uma mulher viúva, que convivia com o marido desde os 14 anos de idade e mais, dois filhos adolescentes órfãos de pai. Agindo em erro, mas atirando antes, para perguntar depois. 10 anos de corporação não seriam suficientes para tomar uma atitude mais defensiva e cautelosa? E mais, após o evento morte foi dito pelo mesmo policial a viúva que era para ela se deitar no chão, pois estava muito nervosinha, mesmo se levarmos em conta que ela estava frente a frente com o assassino de seu marido.
A verdade é uma só leitores. Certas profissões não admitem a palavra “erro”. Enquanto, um jogador pode perder um pênalti, um caixa pode errar o troco, e um professor pode se confundir numa resposta, um policial militar não pode matar um inocente, um médico não pode falhar numa cirurgia, e um engenheiro não pode errar num cálculo estrutural de um prédio. Sinceramente, eu não condenaria o PM, uma vez que no lugar dele eu teria atirado também. A similaridade entre os objetos me induziria ao erro, e ao resguardar a minha vida e de meus companheiros eu teria efetuado o disparo.
Agora uma situação que muito tem me revoltado é a omissão do Secretário de Segurança e do Governador do Estado que não procuraram a família sequer para pedir desculpas. São estes mesmos agentes públicos que querem seu voto em outubro, mas são incapazes de pedir perdão e oferecer um tratamento psicológico, além de uma justa pensão. Estes sim, estão errando conscientemente e voluntariamente, já que agem sem a pressão e com todo o poder nas mãos.
No decorrer de nossas vidas todos somos obrigados a conviver e a aprender com o seu real significado. Aquele que nunca errou que atire a primeira pedra, já diziam meus pais. Levanto este assunto para comentar o evento ocorrido no morro do Andaraí na semana passada que veio a vitimar um trabalhador e pai de família.
Policiais do BOPE, “tropa de elite” da PM carioca, faziam uma incursão naquela comunidade quando se deparam com um homem no terraço de uma casa segurando uma máquina de furar elétrica. Confundindo-a com uma metralhadora o Policial Militar Leonardo efetuou um disparo que vitimou o fiscal de supermercados Hélio Ribeiro.
Começo aqui duas análises: uma passional e outra racional senão vejamos. Análise racional: Sou um policial militar com mais de 10 anos de corporação e ficha limpa, adentrando numa comunidade dominada por traficantes que se encontram fortalecidos pelo ingresso de outros marginais oriundos das comunidades pacificadas da zona norte. Estou numa região em que já derrubaram um helicoptero e em 2007 dois policiais militares foram fuzilados dentro de suas viaturas. Tenho contra mim ainda, uma cruel estatística, a de que no Rio de Janeiro, morrem por ano aproximadamente 300 policiais, sejam eles militares ou civis. Vejo um homem com uma furadeira que parece demais com uma submetralhadora, e estou há 40 metros de distância tendo que decidir se atiro ou não. Se não atirar corro um sério risco de ser morto, caso se trate de uma arma de fogo. Devemos condenar por homicídio doloso, um Policial Militar, que agiu em erro, mas plenamente justificável. Você leitor, atiraria tentando resguardar a sua própria vida e a dos colegas de operação, ou esperaria e assumiria o risco? Faria diferente?
Análise Passional: É justo não condenar um servidor público que no exercício de suas funções comete um homicídio? Deixando uma mulher viúva, que convivia com o marido desde os 14 anos de idade e mais, dois filhos adolescentes órfãos de pai. Agindo em erro, mas atirando antes, para perguntar depois. 10 anos de corporação não seriam suficientes para tomar uma atitude mais defensiva e cautelosa? E mais, após o evento morte foi dito pelo mesmo policial a viúva que era para ela se deitar no chão, pois estava muito nervosinha, mesmo se levarmos em conta que ela estava frente a frente com o assassino de seu marido.
A verdade é uma só leitores. Certas profissões não admitem a palavra “erro”. Enquanto, um jogador pode perder um pênalti, um caixa pode errar o troco, e um professor pode se confundir numa resposta, um policial militar não pode matar um inocente, um médico não pode falhar numa cirurgia, e um engenheiro não pode errar num cálculo estrutural de um prédio. Sinceramente, eu não condenaria o PM, uma vez que no lugar dele eu teria atirado também. A similaridade entre os objetos me induziria ao erro, e ao resguardar a minha vida e de meus companheiros eu teria efetuado o disparo.
Agora uma situação que muito tem me revoltado é a omissão do Secretário de Segurança e do Governador do Estado que não procuraram a família sequer para pedir desculpas. São estes mesmos agentes públicos que querem seu voto em outubro, mas são incapazes de pedir perdão e oferecer um tratamento psicológico, além de uma justa pensão. Estes sim, estão errando conscientemente e voluntariamente, já que agem sem a pressão e com todo o poder nas mãos.
Prezado,
ResponderExcluirconcordo com seu posicionamento, salvo no que diz respeito a efetuar o disparo fatal, pois me conhecendo um pouquinho...certamente efetuaria um disparo capaz de imobilizar o agente, jamais de aniquilá-lo. Em minha opinião falta esse tipo de destreza aos nossos "guardiões". Parabéns pela abordagem. MSperle
Essa vítima era tio de uma amiga minha... lamentável erro. Uma fatalidade
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