Foi só o calor aumentar para verificarmos que o Rio de Janeiro não está preparado para suprir o aumento da demanda de energia elétrica.
A LIGHT, concessionária de serviço público, que comercializa a energia elétrica, cuja outorga deu-se sob a égide do PSDB, no tradicional modelo de privatização psdebista, onde só se verifica vantagens para os Concessionários em prol de investimentos necessários na infraestrutura do sistema. Agora para nós cariocas só resta nos acostumar com os rodízios de apagão e rezar para que as chuvas sejam bem diminutas.
Volto a bater na tecla de que não devemos privatizar serviços essenciais como água e luz por exemplo, por um motivo muito simples, as empresas privadas não tem interesse em investir no sistema, seu único objetivo é o lucro ($). Expandir gera custos e reduz lucros.
Não adianta achar que a iniciativa privada resolverá todos os problemas da incompetência do Poder Público. Trago aqui apenas um exemplo. Quando a ANEEL faz um edital de leilão de concessão de uma linha de transmissão que não traz interesse econômico, seja pela distância ou pela localização nos deparamos com a seguinte situação; ou o Governo Federal assume a execução dos serviços por uma das empresas que compõem a holding Eletrobrás, mesmo sabendo do iminente prejuízo em prol da coletividade e gerando Luz para todos, incluindo aqui os mais pobres das regiões mais longínquas, ou simplesmente não executa o serviço. Não se iludam nobres leitores, nenhuma empresa privada vai entrar num empreendimento em que o lucro possa não vir a satisfazer seus acionistas ou quotistas.
Posso citar aqui outro exemplo de privatização, coincidentemente também realizada sob a égide do PSDB estadual que trouxe e traz muitos danos a nós cariocas; O Metro-Rio. Sabemos que o grupo que ganhou a concessão que diga-se de passagem é argentino, não investiu durante anos no sistema. Linhas lotadas, brigas, pessoas passando mal dentro de vagões lotados e assim por diante. Dez anos se passaram e agora começamos a ver tímidos investimentos no Metro-Rio, para atender exclusivamente ao projeto olímpico Rio 2016, e pagas pelo Governo do Estado. Resumindo, o Governo do Estado paga e o Metro-Rio arrecada. É claro que o Governo do Estado tem que fazer as melhorias no sistema, e por conta disso acaba gerando indiretamente lucro para os argentinos, mas pior seria se os serviços não fossem executados. Até os novos trens são aquisições do Governo do Estado do RJ.
Alguém já tentou pegar uma barca na Praça XV às 18:00 horas? É quase impossível, e somente veremos alguma atitude no dia em que houver um acidente decorrente da superlotação e muitas pessoas morrerem a deriva no meio da Baia de Guanabara.
Poderia citar ainda a privatização do Banerj, onde o Governo do Estado vendeu a parte boa e ficou com o passivo. Assim até eu compro uma empresa pública. O PSDB com a bandeira da privatização e da modernidade doou empresas a particulares recheando suas contas bancárias de comissões e favores políticos.
Esse é o modelo de privatização divulgado em todos os cantos pelo PSDB como eficaz e com a marca do futuro. Acredito nas privatizações, mas em algumas áreas, como por exemplo a da EMBRAER, onde não cabe ao governo a construção de jatinhos executivos, sendo certo que boa parte da população jamais entrou em um aviões.
No entanto, abrir não de uma Caixa Econômica Federal, que concede créditos imobiliários com taxas abaixo das praticadas pelos bancos privados; o Sistema Eletrobrás, que expande a energia elétrica pelo Brasil, muitas vezes assumindo empreendimentos com lucro reduzido ou mesmo prejuízo, acabaria por trazer prejuízos a coletividade.
Não poderiamos ter a CSN e a Vale do Rio Doce funcionando e dando apoio ao crescimento do País? No entanto elas exportam tudo que produzem e a nós brasileiros só resta comprarmos os produtos já prontos no exterior, prejudicando assim a nossa balança financeira, já que exportamos matéria prima e importamos bens manufaturados. Isso se segue desde os tempos dos barões do café. Nada se cria, tudo se copia.
Esse exemplo da LIGHT é válido para refletirmos sobre privatização, investimentos em serviços essenciais e demais questões. 2010 se aproxima e devemos refletir sobre todo esse ocorrido.
fantástico texto, mas contesto muita coisa....
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