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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E quando a privatização não resolve...

Foi só o calor aumentar para verificarmos que o Rio de Janeiro não está preparado para suprir o aumento da demanda de energia elétrica. A LIGHT, concessionária de serviço público, que comercializa a energia elétrica, cuja outorga deu-se sob a égide do PSDB, no tradicional modelo de privatização psdebista, onde só se verifica vantagens para os Concessionários em prol de investimentos necessários na infraestrutura do sistema. Agora para nós cariocas só resta nos acostumar com os rodízios de apagão e rezar para que as chuvas sejam bem diminutas. Volto a bater na tecla de que não devemos privatizar serviços essenciais como água e luz por exemplo, por um motivo muito simples, as empresas privadas não tem interesse em investir no sistema, seu único objetivo é o lucro ($). Expandir gera custos e reduz lucros. Não adianta achar que a iniciativa privada resolverá todos os problemas da incompetência do Poder Público. Trago aqui apenas um exemplo. Quando a ANEEL faz um edital de leilão de concessão de uma linha de transmissão que não traz interesse econômico, seja pela distância ou pela localização nos deparamos com a seguinte situação; ou o Governo Federal assume a execução dos serviços por uma das empresas que compõem a holding Eletrobrás, mesmo sabendo do iminente prejuízo em prol da coletividade e gerando Luz para todos, incluindo aqui os mais pobres das regiões mais longínquas, ou simplesmente não executa o serviço. Não se iludam nobres leitores, nenhuma empresa privada vai entrar num empreendimento em que o lucro possa não vir a satisfazer seus acionistas ou quotistas. Posso citar aqui outro exemplo de privatização, coincidentemente também realizada sob a égide do PSDB estadual que trouxe e traz muitos danos a nós cariocas; O Metro-Rio. Sabemos que o grupo que ganhou a concessão que diga-se de passagem é argentino, não investiu durante anos no sistema. Linhas lotadas, brigas, pessoas passando mal dentro de vagões lotados e assim por diante. Dez anos se passaram e agora começamos a ver tímidos investimentos no Metro-Rio, para atender exclusivamente ao projeto olímpico Rio 2016, e pagas pelo Governo do Estado. Resumindo, o Governo do Estado paga e o Metro-Rio arrecada. É claro que o Governo do Estado tem que fazer as melhorias no sistema, e por conta disso acaba gerando indiretamente lucro para os argentinos, mas pior seria se os serviços não fossem executados. Até os novos trens são aquisições do Governo do Estado do RJ. Alguém já tentou pegar uma barca na Praça XV às 18:00 horas? É quase impossível, e somente veremos alguma atitude no dia em que houver um acidente decorrente da superlotação e muitas pessoas morrerem a deriva no meio da Baia de Guanabara. Poderia citar ainda a privatização do Banerj, onde o Governo do Estado vendeu a parte boa e ficou com o passivo. Assim até eu compro uma empresa pública. O PSDB com a bandeira da privatização e da modernidade doou empresas a particulares recheando suas contas bancárias de comissões e favores políticos. Esse é o modelo de privatização divulgado em todos os cantos pelo PSDB como eficaz e com a marca do futuro. Acredito nas privatizações, mas em algumas áreas, como por exemplo a da EMBRAER, onde não cabe ao governo a construção de jatinhos executivos, sendo certo que boa parte da população jamais entrou em um aviões. No entanto, abrir não de uma Caixa Econômica Federal, que concede créditos imobiliários com taxas abaixo das praticadas pelos bancos privados; o Sistema Eletrobrás, que expande a energia elétrica pelo Brasil, muitas vezes assumindo empreendimentos com lucro reduzido ou mesmo prejuízo, acabaria por trazer prejuízos a coletividade. Não poderiamos ter a CSN e a Vale do Rio Doce funcionando e dando apoio ao crescimento do País? No entanto elas exportam tudo que produzem e a nós brasileiros só resta comprarmos os produtos já prontos no exterior, prejudicando assim a nossa balança financeira, já que exportamos matéria prima e importamos bens manufaturados. Isso se segue desde os tempos dos barões do café. Nada se cria, tudo se copia. Esse exemplo da LIGHT é válido para refletirmos sobre privatização, investimentos em serviços essenciais e demais questões. 2010 se aproxima e devemos refletir sobre todo esse ocorrido.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Crescimento Hidrelétrico do Brasil.

Ao contrário de notícias sem qualquer fundamento, trago números e dados concretos sobre a Construção de novas Usinas, Subestações e Linhas de Transmissões.

Não falo como leigo, mas sim como empregado da maior empresa geradora e distribuidora de energia elétrica do país. Faço inúmeras licitações e contratos para diversos empreendimentos espalhados por inúmeros Estados da Federação, e sei o quanto temos investido na área de energia, sanando déficits de anos anteriores, onde a falta de investimentos maculou a busca pelo sucateamento do sistema, objetivando assim, a sempre rentável privatização.

O PSDB bem que tentou vender todo o Sistema Eletrobrás, dando em troca de favores políticos e propinas empresas da grandeza de Furnas, Eletrosul, Eletronorte e Chesf, verdadeiros patrimônios de todos nós brasileiros, construídas com dinheiro de nós contribuintes. Quiseram dar ao grupo Eletrobras o mesmo fim da Vale do Rio Doce, Embratel e todo o sistema de telefonia do Brasil. Não devemos nos esquecer ainda dos escândalos das contas abertas em paraísos fiscais em nome de Sergio Motta, Mário Covas e o próprio FHC, onde boa parte da comissão pelas vendas foi depositada; os famosos 10% (uma espécie de caixinha, gorgeta, ou comissão)

Para se ter uma idéia hoje Furnas participa na construção, como parceira em Sociedades de Propósito Específico, ou mesmo como proprietária de 07 Usinas Hidrelétricas, onde destacamos as Usinas de Simplício, Batalha, Foz do Chapecó, Retiro Baixo, Santo Antônio, Serra do Facão e Baguari. Fazem parte dos investimentos ainda a maior linha de corrente contínua do Mundo que vai ligar a Usina de Santo Antônio em Porto Velho a Araraquara em SP, bem como outros milhares de quilômetros em Linhas de Transmissão.

A turma do PSDB que gosta de malhar o serviço dos outros pergunto: quantas usinas foram construídas nos 08 anos de FHC? Quantas Linhas de Transmissão? Quantas subestações? Apresentar números sem qualquer fundamentação é muito fácil. Mas aqui não ataco por atacar, trago nomes e dados.

Em vez de gastar tempo de propaganda política falando do apagão, que não nego que ocorreu, mas que o justifico como uma falha do sistema, uma sobrecarga ou erro humano, mas nunca por falta de investimentos. Ou já nos esquecemos da taxa que tivemos que pagar na época dos constantes apagões do FHC, onde não tinha luz por falta de investimentos.

Acho cômico o PSDB falar do apagão, como que se na sua época de governo o mesmo não ocorresse. Tivemos inúmeros apagões, e agora eles se esqueceram, e preferem atacar o único apagão ocorrido em quase 08 anos do governo Lula. Uma pena pois o PSDB gasta o seu tempo de propaganda política apenas atacando a situação e não mostra nenhum projeto concreto de melhoria para o pais. Serra e Aécio nem sequer se decidiram quem irá concorrer ao pleito de 2010. O PSDB está perdido, e acha que a melhor defesa é o ataque.

Não sou filiado a nenhum partido político, e por conta disso me sinto livre para criticar qualquer um. Apenas acho uma injustiça atacar um governo cheio de falhas, mas que na área de energia tem feito a sua parte.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

2010 se aproxima.....

Ultimamente tenho visto alguns tucanos atacando o Governo do Presidente Lula.

Reconheço que muitos erros ocorreram nestes quase 07 anos, mas temos que admitir que virtudes também existiram.

O brasileiro tem o péssimo hábito de criticar por criticar, uma espécie de engenheiro de obra pronta, onde ninguém põe a mão na massa, mas depois de pronta aponta os defeitos com uma maestria invejável.

Sou sincero e afirmo que não votei no PT nas duas últimas eleições, e também não sei se votarei em 2010, mas com certeza afirmo que PSDB no governo de novo não.

Enumero abaixo apenas alguns escândalos e medidas impopulares do governo FHC, para reflexão, vez que ano que vem seremos convocados as urnas para votar. Qualquer erro só poderá ser corrigido daqui há 04 anos, então desde já peço atenção.

1 - Conivência com a corrupção

O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção.

2 - O escândalo do Sivam

O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.

3 - A farra do Proer

O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.

4 - Caixa-dois de campanhas

As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

5 - Propina na privatização

A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

6 - A emenda da reeleição

O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

7 - Grampos telefônicos

Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

8 - TRT paulista

A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.

9 - Os ralos do DNER

O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.

10 - Desvalorização do real

FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.

11 - O caso Marka/FonteCindam

Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.

12 - Biopirataria oficial

Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.

13 - O fiasco dos 500 anos

As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.

14 - Rombo transamazônico na Sudam

O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.

15 - Os desvios na Sudene

Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.

16 - Calote no Fundef

O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.

17 - Abuso de MPs

Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.

18 - Acidentes na Petrobras

Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.

19 - Apoio a Fujimori

O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.

20 – Os computadores do FUST

A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.

21 - Arapongagem

O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.

22 - O esquema do FAT

A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.

23 - Mudanças na CLT

A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.

24 - Obras irregulares

Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.

25 - Explosão da dívida pública

Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.

26 - Avanço da dengue

A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.

27 – Verbas do BNDES

Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

28 - Racionamento de energia

A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.

29 - Assalto ao bolso do consumidor

FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.

30 – Correção da tabela do IR

Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.

31 – Intervenção na Previ

FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.

32 – Barbeiragens do Banco Central

O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O PROBLEMA POLÍTICO BRASILEIRO JÁ VEM DE LONGA DATA.

Atualmente tenho lido o excelente livro do Flávio Tavares de nome “ O dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder.”

Para os amantes da história, bem como aos estudantes que tem interesse em saber um pouco mais sobre os governos de Getúlio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Jango Goulart, a obra é imprescindível.

O autor traduz com muita sobriedade o período Getulista e as crises políticas decorrentes dos constantes ataques Lacerdistas; os sonhos, traições, orgias e fantasias de JK (o último galã amante latino-americano), onde a farra da construção de Brasília gerou uma conta difícil de ser paga, a ameaça comunista, as constantes manipulações da CIA e do Governo Americano, Janio e Fidel, enfim, imperdível.

Por fim, lamento muito o fato do Rio de Janeiro ter deixado de ser o Distrito Federal. Aqui tínhamos um centro político, onde podíamos controlar melhor os nossos governantes. Em Brasília, tudo acontece na surdina e ao calar da noite, e com certeza a distância ajuda.

Sem contar que o empobrecimento do nosso Estado foi eminente com os governos de Brizola, Moreira Franco, Marcelo Alencar, Benedita da Silva, Antony e Rosinha Garotinho, enfim, o que há de pior na política brasileira.

Não temos mais um nome de expressão nacional, e assim ficamos relegados aos nomes de SP, RS, DF, MG e outras unidades da federação, quando muito temos um ou dois Ministros de pastas de 2º escalão.

O que nos resta é torcer por dias melhores e pelos investimentos de 2016.