Sou morador de Vila Isabel, a famosa Terra de Noel, e neste último final de semana por algumas horas achei que residia no Afeganistão ou que presenciava um teste de armas nucleares na Coréia do Norte. Foram seguidas horas de intenso tiroteio com rajadas de metralhadoras e armas afins, culminando com a quada de um helicoptero blindado.
Muito já foi falado, mas venho a concordar com as palavras do Secretário de Segurança Pública do RJ, que com muita propriedade disse que o Governo Federal é omisso no combate ao tráfico de drogas. Realmente, se considerarmos o tamanho do Brasil verificamos que as Polícias Federal e Rodoviária Federal não tem efetivo suficiente para cobrir todo o território, bem como seu serviço de inteligência é limitado.
Vejo a Polícia Federal funcionar muito bem, juntamente com a ABIN, quando se trata de investigações de cunho político, onde sua atuação é sempre rápida e eficiente, comparável apenas ao FBI americano e a extinta KGB russa.
Agora quando se trata de investigar quadrilhas que entram no país pelas Fronteiras do Paraguai e Bolívia, por exemplo, verificamos a sua total ineficiência. Não concordo com o Ministro da Justiça Tarso Genro que em entrevista ao Jornal "O Globo" disse que a União Federal disponibiliza verbas para o combate ao crime organizado. Não queremos apenas dinheiro, mas sim ação. Nem sempre apenas dinheiro é o suficiente, mas ele prefere dar dinheiro a colocar seus policiais a atuar em áreas de risco, se expondo a erros e operações desastrosas.
Não devemos eximir de responsabilidade o Governo Estadual do RJ que é falho também, principalmente no que se refere ao salários dos policiais militares e civis, bem como no que tange aos equipamentos. Quantos policiais militares são obrigados a comprar munição e coletes com seus próprios soldos? Porque não se enxuga o quadro de servidores em cargos de comissão e se reduz a quantidade de órgãos burocráticos. Pode-se melhorar o salário dos integrantes da Segurança Pública, basta boa vontade política.
O Rio de Janeiro é um Estado que há muito tempo foi abandonado pela União Federal, bem como, foi mal administrado por sucessivas gestões fraudulentas. Anos de Brizola, Marcelo Alencar, Antony Garotinho e Rosinha Garotinho não poderiam sair impunes ao eleitor carioca.
A história nos explica muitos fatos, e cito, por exemplo, aqui uma nota de rodapé de um livro que li sobre o polêmico mas competente Carlos Lacerda, que cita uma reportagem do Jornal do Brasil da década de 60, onde se menciona que a troca de Capital do Brasil, iria trazer a falência política, financeira e cultural do Rio de Janeiro. 50 anos de antecedência, e sem dúvida uma previsão muito correta, e agora cabe a nós tentarmos reverter esta situação.
Por fim, manifesto minha opinião aqui no que tange a culpa da população como um todo, pois enquanto "nós" não deixarmos de ir as favelas comprar a maconha que se consome nas festas e boates, mantendo assim financeiramente estes traficantes não poderemos exigir apenas ações governamentais. Somos culpados também e devemos assumir nossa parcela de responsabilidade. Que dias melhores surjam.
bravo
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